domingo, 24 de abril de 2011

Vereadora-pesidente homenageia Santana do Ipanema pelos seus 136 anos de Emancipação



Gostaríamos de Homenagear a cidade de Santana do Ipanema pelos seus 136 anos de Emancipação Política. No momento, ressaltamos um pouco da História dos Desbravadores e daqueles que habitavam um pequeno Arraial as margens do Rio Ipanema.


Parabéns ao Povo bom e ordeiro da terra de Senhora Sant`Ana.





HISTÓRIA DE SANTANA DO IPANEMA



Os primeiros habitantes do lugar onde é hoje nossa cidade foram os Índios Carnijós ou Fulni-Ô, (Fulni-Ô em Yaathe quer dizer: Povo que vive na beira do rio) que pertenciam à tribo localizada na serra de Águas Belas, no vizinho Estado de Pernambuco. Viviam espalhados ao longo das margens do rio Ipanema e foram afugentados pelas chamadas “Entradas e Bandeiras” (Descedores e Corsários) que realizaram as primeiras penetrações no rio São Francisco, de 1656 a 1661.
Em 1658, era concedida a Nicolau Aranha Pacheco, Francisco de Brá, Damião da Rocha e Baltazar de Farias, uma sesmaria de 16 léguas, perto do rio São Francisco, dividida ao meio pelo rio das Cabaças – hoje chamado Capiá. Exatamente nas cabeceiras desta sesmaria foi concedida uma outra a Damião da Rocha, Teodosio da Rocha, Francisco de Brá e Antonio Souto.
Nas margens desta ultima doação, foi doada outra sesmaria a Antonio de Souza Andrade e mais três companheiros por carta de 03 de novembro de 1660. Por trás da Serra do Pitajá, os já referidos Francisco de Brá, Damião da Rocha e Baltazar de Farias obtiveram nova sesmaria de quatro a cinco léguas de comprimento por cinco de largura. E nas suas vizinhanças, o Padre Francisco Manoel da Silveira, a Igreja dos Guararapes e mais cinco requerentes conseguiram no ano de 1660 uma sesmaria de vinte léguas de comprimento por dez de largura, entre os rios Ipanema, Traipu e Pibiré. – Isso ocorreu antes mesmo da criação da Comarca de Alagoas, fato ocorrido somente em 09 de Outubro de 1706.
Foram, porém os rendeiros e os compradores de terras dessas sesmarias que ocuparam efetivamente o sertão alagoano, subindo os vales secos do Traipu, do Ipanema e do Capiá no decorrer do século XVIII.
No dia 19 de Março de 1771, o Sr. João Carlos de Mello e sua esposa Maria de Lima passaram a escritura da Fazenda Picada ao Sr. Martinho Vieira Rego – esse documento se referia à localidade denominada Maniçoba, hoje periferia de Santana do Ipanema.
A fazenda Picada foi vendida a prazo por trezentos mil réis, dos quais, cem mil réis seriam pagos no mês de setembro do corrente ano, e os outros duzentos mil seriam divididos em mais quatro prestações de cinqüenta mil réis anuais a cada mês de setembro. O gado que havia na propriedade também foi vendido ao mesmo comprador a preço de dois mil réis cada cabeça. Como a Srª Maria de Lima não sabia ler nem escrever, teve o seu nome aposto ao documento pelo seu filho Inácio.
Os irmãos Martinho e Pedro Vieira Rego e suas famílias fixaram-se à margem esquerda da Ribeira do Panema – primeiro nome da localidade – num lugar cercado de colinas, próximo as Serras da Camonga, Poço, Caiçara e Gugi.
Aparecem, assim, as primeiras fazendas de criar, nesta região, que se comunicavam com as povoações da “beira” do São Francisco, ao Sul, e com o Povoado de Águas Belas, Vilas de Garanhuns e Cimbres na “banda” do Norte.
Como eram trabalhadores, os irmãos Martinho e Pedro logo prosperaram. Organizaram novas fazendas que foram sendo entregues aos filhos que constituíram famílias.
Esses intrépidos fazendeiros foram dando nome às suas propriedades, aos acidentes geográficos e às povoações que iam surgindo.
Em 1787, quando Santana era um simples arraial quando chegou à região o Padre Francisco José Correia de Albuquerque, missionário natural de Penedo, mas sendo seu pai de Bezerros, Pernambuco e sua mãe de Penedo. Em aqui chegando, conseguiu construir naquele mesmo ano uma capela em honra a Senhora Santa Ana – atual padroeira – em cujos trabalhos de construção foi ajudado pelo fazendeiro Martinho Rodrigues Gaia e auxiliado pelo povo, que vinha ouvir as pregações do missionário. Nascia assim a “cidade”.
A povoação cresceu, e cinqüenta anos depois já contava com 4.703 habitantes, dos quais 570 eram escravos.
Em 1836, cumpridas as formalidades exigidas pela Igreja Católica, a povoação torna-se freguesia. Padre Francisco José Correia de Albuquerque toma posse como o primeiro pároco de Santa Ana da Ribeira do Panema. Finda seu sacerdócio em 1842.
A povoação continuou a crescer e a progredir. Foram sendo delineados rapidamente a Praça da Matriz, o Quadro Central, ruas e becos.
No ultimo quartel do século XIX, foram construídos os belos sobrados coloniais do Centro.
Foi a lei nº 9, de 24 de Fevereiro de 1836 que tornou Santana uma Freguesia. Um detalhe expressivo é que foi o próprio Padre Francisco correia quem promoveu gestões junto aos conselheiros do Governo do presidente de Alagoas, D. Nuno Eugênio Lócio e Seilbiz, com o propósito de elevar Santana a essa categoria. O projeto só se converteria em Lei naquele ano pelas inúmeras formalidades de que se fez mister.
Em 24 de Abril de 1875, Santana torna-se Vila pela resolução nº 681, desmembrando-se do território de Traipu, com estrutura própria político-administrativa, com poderes para arrecadar tributos, prestar contas deles ao erário estadual, eleger intendentes – atuais prefeitos – e conselheiros – atuais vereadores.
A população, então dobrara. “O progresso da Vila alicerçava-se na velha pecuária e numa florescente agricultura de milho, feijão e algodão” – fonte: Djalma de Melo Carvalho; Festas de Santana – e ainda, no comércio de tecidos e no beneficiamento de algodão.
Veio a República, e com ela vieram a constituição, novas leis e novo processo político.
Alguns comerciantes tomaram gosto pela política. O coronel Luiz Gonzaga de Souza Góes, por exemplo, comerciante de tecidos, exerceu o cargo de Intendente de 1895 a 1914. Deixou em seu lugar o Padre Manoel Capitulino de Carvalho, seu cunhado. Este Padre fascinado por política, influenciou nas decisões político-administrativas de Santana do Ipanema durante cerca de trinta anos.
Padre Capitulino havia chegado à cidade em 1898, como o 15º Pároco. Com a liderança e a efetiva participação dele, a Vila comemorou com muita festa a chegada do novo século. A 1º de Janeiro de 1900, a Capela de Nossa Senhora da Assunção é erguida como monumento alusivo à passagem do século, seria o local de convergência das festividades.
Em 1917 chega à Vila o Padre José Bulhões para coadjuvar o então pároco Manoel Capituli0no de Carvalho.
Nascido em Entremontes no ano de 1886 é ordenado em 08 de Dezembro de 1912. E toma posse na Paróquia de Santana no ano de 1919.
No Cartório do 1° Oficio no dia 16 de Agosto de 1913, mais precisamente às13h00, é feito o primeiro Registro de Escritura de venda de terras – A escritura data de 25 de Julho de 1903. Sendo que o mais antigo é a escritura de venda da Fazenda Picada, que data de 19 de Março de 1771 e não foi registrado em Cartório.
O primeiro registro de venda de imóvel existente no arquivo do Cartório do 1° Oficio é de uma casa de taipa, vendida por um conto de réis. A escritura é datada de 23 de Novembro de 1915. E tem como vendedora a Srª Aumerinda Brandão de Melo e como comprador o Cel. Manoel Rodrigues da Rocha.
Em 1918, na localidade denominada Capim, hoje Olivença, Joel Marques organiza uma bandinha com quinze instrumentos. Cada um pertencia ao próprio componente da bandinha. Dentre eles, Jonas Aragão, Amabilio, Miguel Bulhões, Pedrinho Preto e Jovino Azevedo. Em 1920 a bandinha é convidada para tocar em Santana e faz muito sucesso. Entre 1914/1918 existia a banda “Carapeba”.
A comarca de Santana do Ipanema foi criada pela lei nº 846, de 4 de Julho de 1920.
Segundo relatos, colhidos com o Senhor Alberto Nepomuceno Agra, o Padre Bulhões era um homem que demonstrava preocupação com a educação dos jovens do lugar e resolve fundar aqui o Instituto São Tomás de Aquino na década de 20.
Jovens de Pão de Açúcar, Mata Grande, Água Branca, Sertãozinho (atual Major Izidoro) vinham estudar aqui. Entre os alunos ilustres do Instituto, podemos citar João José da Silva Yôyô Filho e o Senhor Euclides Ferreira Costa (Pai da Senhora Januária da Costa e Silva – LINDA).
No dia 22 de Março de 1921 nasce o escritor Breno Accioly.
Finalmente, pela lei nº 893 de 31 de Maio de 1921, Santana mereceu a categoria de Cidade, pois, já era conhecida pelo seu progresso, alicerçado na pecuária e destacadamente, nos cultivos de milho, feijão e algodão.
Em 1922 é formada a Filarmônica Santanense, popularmente conhecida por “Aratanha”, formada pelo Sr. Benedito Melo e sob a regência de Jovino Azevedo ou Jovino “Sebança”. Ainda em 1922 é renovada a banda Carapeba, que pertencia ao Coletor Federal o Sr. Manoel Vieira Queirós, seu próprio regente.
No dia 7 de Setembro de 1922 é inaugurado um obelisco na Praça Senador Enéas Araújo com um busto de D. Pedro I. Era em comemoração ao centenário da Independência do Brasil. Na época André Ferreira da Silva era o Intendente Municipal – entre 1940/1945, por ordem do Prefeito Adauto Barros o busto de D. Pedro I é arrancado do obelisco.
Ainda no ano de 1922, no mês de novembro, é inaugurada a 1ª empresa de luz elétrica, de iniciativa privada. Que tinha como proprietários o Sr. Benigno Rodrigues Lins de Albuquerque e Tertuliano Vieira Nepomuceno. Nessa época só havia na cidade trinta e dois postes com foco de luz. Tempos depois a empresa passou para o controle da prefeitura municipal.
A instalação da Comarca só ocorreu em 10 de Junho de 1924, com a lei nº 1035. Nesta mesma data foi nomeado o primeiro Juiz de Direito o Bacharel Manoel Xavier Accioly.
Ainda 1924, a “Aratanha” para, quando seu proprietário Benedito Melo é eleito prefeito da Cidade.
No dia 13 de Fevereiro de 1925 é assentado um Registro de Nascimento – nº 461 – em Santana do Ipanema – segundo a Oficial Ellen Thaise Godoy Amorim do Cartório do Registro Civil, este é o documento mais antigo, haja vista as paginas anteriores não constarem mais no Cartório.
Em meados de 1926 é extinta a banda Carapeba.
No dia 06 de junho de 1926, um grupo de cangaceiros – num total de 45 – chefiados por Lampião, invade a Vila de Olho d’Água das Flores – então Distrito de Santana do Ipanema – em um dia de feira. Os senhores Juca Feitosa e Melo de Abreu têm suas casas de comércio incendiadas pelo bando.
Os cangaceiros saquearam outros estabelecimentos, jogaram peças de fazenda no meio da rua, para que o povo viesse roubar.
A voracidade dos facínoras era tanta que ao saquear, os estabelecimentos, atearam fogo ao único carro que havia na localidade, um Ford 29 de propriedade do Sr. Meira, que era inspetor da Companhia Standard.
O proprietário só foi poupado, porque um conhecido de Lampião lhe havia dito que ele era da policia.
Saindo de Olho d’Água das Flores o grupo foi pernoitar em São José da Tapera.
Era a Revolução de 30, em plena marcha para o interior nordestino, sob o comando do General Juarez Távora – conhecido popularmente como vice-rei no Nordeste, devido a sua autoridade política – desfraldando a bandeira da Aliança Liberal. Os revolucionários mais graduados marcham com destino a Maceió. Outra coluna, sob o comando do Oficial-Médico Luis de Góis, filho de Santana do Ipanema, rumou para o sertão alagoano, marchando sobre Santana às primeiras horas da noite.
Não houve um só tiro, apenas corre-core e expectativa.
Um novo prefeito seria indicado e Pancrácio Rocha foi o nome escolhido. Mas sua mãe D. Maria Isabel Gonçalves – mais conhecida como Sinhá Rodrigues o aconselhou a renunciar ao cargo. Frederico da Rocha fora o novo nome indicado.
Joaquim Ferreira lavrou a ata de posse do novo prefeito do município. Naquela noite histórica de 31 de Outubro, ninguém dormiu.
Na manhã de 1º de novembro, precisamente às 8 horas, Frederico da Rocha com outras autoridades, dirigiu-se à residência de Ormindo Barros, para comunicar-lhe que se considerasse deposto em nome do Governo Revolucionário, e que entregasse os arquivos da prefeitura e prestasse contas da administração, para o que lhe foi concedido, o prazo de 24 horas.
No ano de 1932 o Capitão Medeiros – mais conhecido por capitão Marreta – nomeado prefeito da cidade, assassina a própria esposa no interior da Prefeitura, que também era utilizada como residência.
O crime fora cometido altas horas da noite, e o capitão assassino utilizara uma marreta, com a qual esmagara a cabeça de sua esposa. Os gritos de socorro foram ouvidos na casa vizinha, onde moravam Duda de Bagnane e sua família.
No dia seguinte, foram acusados do crime, Fernando Nepomuceno, Marinheiro, Joel Marques e Antonio Cavachão, que logo foram presos pelo delegado local, por insinuação do próprio criminoso.
Mas o vizinho Duda Bagnane sabendo do ocorrido foi à delegacia e esclareceu os fatos, apontando o verdadeiro criminoso.
Entre os anos de 1935/1936 surge uma nova banda de música na cidade, a “Santa Cecília”, por idéia de Nicodemos Nobre, mas sob a regência de Abílio Mendonça.
Elementos remanescentes de “Aratanha” e “Carapeba”, se integram à nova banda.
Já encaminhada, sua regência termina nas mãos de Miguel Bulhões.
No dia 07 de Janeiro de 1936 a Câmara de Vereadores inicia seus trabalhos. É a Posse do Prefeito Joel Marques (primeiro prefeito eleito pelo voto popular).
Através do decreto n° 2.294 de 16 de Novembro de 1937 é fundado o Grupo Escolar Padre Francisco Correia. Entretanto seu funcionamento se dá no mês de Fevereiro do ano seguinte, que teve como primeira diretora a Srª Leopoldina Lima.
É inaugurada a Escola Estadual Batista Acioli no ano de 1938, no Bairro de São Pedro. Como funcionava à noite, recebeu o nome de “Escola do Bacurau”.
A 1ª Procuração existente no arquivo do Cartório do 1° Oficio data de 04 de Fevereiro de 1939. O Sr. José Pereira de Almeida e sua mulher Sebastiana Pereira de Almeida nomeiam o Sr.Aristeu Cavalcante como seu procurador.
Em 1940 José Ricardo Sobrinho assume a direção da banda Santa Cecília. Finda sua direção entre 1942/1943. Em 1946 por problemas políticos paralisa suas atividades.
Em 1947, morre o músico José Ricardo Sobrinho, vítima de envenenamento.
O perfeito Firmino Falcão Filho – Sr. nozinho – exerce o mandato por apenas 8 meses, nos idos de 1947/1948. Fora indicado pelo Coronel José Lucena de Albuquerque Maranhão. Nessa época os prefeitos eram indicados pelos governadores – após a redemocratização do país e até a vigência do novo período constitucional.
A sua maior obra foi a construção da ponte sobre o Riacho Camuxinga, chamada “Ponte do Padre Bulhões”. A obra custou 200 mil réis.
Quem sucedeu Firmino Falcão foi o Coronel Lucena. Sendo este o primeiro prefeito eleito pelo povo em 1948.
No dia 17 de Setembro de 1949, pela lei n° 1.437, Major Izidoro emancipa-se de Santana do Ipanema.
No dia 11 de Fevereiro de 1950 é fundado o Ginásio Santana. O idealizador deste feito foi o Dr. João Yoyô Filho.
Os primeiros diretores do Ginásio Santana foram o Dr. João Yoyô Filho, Alberto Nepomuceno Agra, Mileno Ferreira da Silva, Eraldo Bulhões. Os primeiros professores foram D. Maria Wanderley, Dr. Hélio Cabral, Alberto Nepomuceno Agra, Major Alves Mata, Melânia Oliveira.
Ainda naquele ano é inaugurado o Mercado Municipal de Carnes/Açougue, Pelo Prefeito Adeildo Nepomuceno Marques.
No dia 12 de Abril de 1951 chega a Santana do Ipanema o Padre Luis Cirilo Silva. Como coadjutor do Padre Fernando Medeiros. Este último assumiu a paróquia como Pró-Pároco no período de 1949/1951, por conta da enfermidade do Pe Bulhões.
Após a morte do Padre Bulhões e a saída do Padre Medeiros para Penedo, o Padre Luis Cirilo Silva assume a paróquia de Senhora Santana.
O Padre Luiz Cirilo Silva nasceu no dia 25 de Março de 1915 na Serra da Mandioca, município de Palmeira dos Índios. E ordenou-se sacerdote no dia 16 de novembro de 1941. Entre suas inúmeras contribuições à cidade estão, a Casa Paroquial e o Salão Paroquial.
No dia 08 de Março de 1953 é inaugurada a Agência do Banco do Brasil S.A., gerando expectativas de um futuro melhor para a população. A partir desse momento todo investimento que fosse feito na lavoura teria mais apoio.
Através da Lei 1.748, de 02 de Dezembro de 1953, Olho d’Água das Flores foi emancipado de Santana do Ipanema.
Foi inaugurado no governo de Arnon de Melo no dia 11 de Maio de 1954 o Grupo Escolar Ormindo Barros.
Em 1954 é fundado o Ipanema Sport Club. Sendo que anteriormente, existiu um outro clube com o nome de Ipanema, fundado mais ou menos entre 1905/1908.


Fotos: Paulinho Fotografias
Pesquisa: Prof. Cicero Souza Sobrinho (Juca)